Sampa Cult
quinta-feira, 24 de abril de 2014
"A nobre arte de curtir o presente vivendo o passado que vivi"
De cara já informo que não é um post que trata de saudosismo, vivo o meu presente plenamente e curto tudo o que tenho prazer de vivenciar. Essa série de posts vai ser para lembrar e agradecer as referências que me tornaram o pouco que sou hoje, e que permeiam os meus pensamentos.
O ano em que sai do ginásio foi o de 1982... dá para imaginar o que foi ser adolescente em pleno anos 80? Um ano antes eu fui ao Show do Queen no Morumbi... não dá para esquecer... nesse ano de 1981 nos rádios podíamos ouvir lançamentos como, Billie Jean - Michael Jackson, Coração de Estudante - Milton Nascimento, Como Uma Onda (Zen Surfismo) - Lulu Santos, Every Breath You Take - The Police, Beat It - Michael Jackson, Nosso Louco Amor - Gang 90 & As Absurdetes, I'm Never Gonna Say Goodbye - Billy Preston, Me Dê Motivo - Tim Maia, Você é Linda - Caetano Veloso, Anunciação - Alceu Valença, Advinha O Quê - Lulu Santos, Do You Really Want To Hurt Me - Culture Club, Carimbador Maluco - Raul Seixas, A Dois Passos do Paraíso - Blitz, Flashdance... What A Feeling - Irene Cara, True - Spandau Ballet... entre outros vários...
Isso tudo durante minha 7ª série... é bom relembrar e dizer que nesse tempo não tínhamos celulares, internet, chat, redes sociais e tudo o mais que facilita nossos contatos no dia de hoje, naquele tempo até os telefones fixos eram super difíceis de se ter... para manter contatos era olho no olho mesmo, a amizades surgiam nas escolas ou na vizinhança... era bem mais difícil amizades em locais distantes... apesar que minha primeira namorada morava na zona leste... mas isso foi 5 anos depois de 81... chegaremos lá...
Hoje, meu ouvido esta mais democrático, ouço coisas que na época achava brega e ainda me divirto, quem resiste hoje ao ouvir os acordes de Sandra Rosa Madalena, Gretchen e tudo o mais que vieram a tona pelas mãos do Velho Guerreiro... e não era só ele, tinha o Bolinha, o Flávio Cavalcante... e por ai vai...
Era um tempo em que perdíamos a inocência bem mais tarde que perdemos hoje... sim tenho saudades daquele tempo, o ginásio foi fundamental na minha formação, muito mais que o colégio e a faculdade, os mestres daquela época foram os arquitetos da minha forma de pensar e agir, numa época em que tínhamos a censura e uma ditadura em plena decadência.
Em 1982 a escola onde eu estudava, trocou de diretora, foi uma troca de uma administração caracterizada pelo autoritarismo radical, como o regime militar, por uma muito mais democrática. Na época estávamos iniciando o projeto de um jornalzinho, foi minha primeira tentativa como "jornalista" escrevi um texto em cima de uma matéria de um jornal na época, era uma matéria no qual o secretario de obras dizia que a região onde eu morava, não precisa de obras contra enchente porque o pessoal da região estava acostumado com as cheias... no texto critiquei o governador da época, Paulo Maluf... fui chamado â diretoria e me aconselharam a tomar cuidado pois a situação ainda era complicada e poderia enfrentar problemas... foi a única vez que me senti um perseguido político.
Por hoje é isso, em breve venho com um pouco mais das histórias de 82.
Para os dias de hoje, a dica é para visitarem a expo do fotógrafo Lartigue, no IMS próximo à Av. Angélica! Imperdível! Até 25 de maio!
Jacques Henri Lartigue - A vida em movimento
http://ims.uol.com.br/lartigue-a-vida-em-movimento/D1331
sábado, 1 de março de 2014
Ilú Oba de Min
Festa linda, porém bastante disputada, como todas as boas atrações de nossa querida Sampa. Como fui para fotografar as condições eram das piores... pouca luz, um pequeno e apertado espaço... mas a festa vale a pena, linda homenagem aos Orixás da cultura Afro.
Lindas mulheres tocando de maneira pra lá de competente, alguns personagens em pernas de pau, dão um toque mágico e especial, eles representam as principais entidades do candomblé.
A noite foi linda, emocionante. Em 2015 quero fotografar de dentro do bloco, ele merece uma atenção toda especial, vou tentar o credenciamento.
Que venham mais emoções por esses dias.
Bom carnaval a todos! Axé!
terça-feira, 13 de março de 2012
Jardim Botânico
Olá pessoa!
Domingo fiz um passeio delicioso, fomos ao Jardim Botânico para fotografar e fazer um belo Pic-Nic.
Já havia feito esse passeio uma vez, mas nunca um Pic-Nic e fez a diferença.
Um parque sem o atropelo de um Ibirapuera e sem o trânsito terrível de Bikes no Villa-Lobos estava perfeito.
No dia anterior choveu muito em São Paulo e ficamos indecisos em ir ou não, mas firmei o pé e apostei minhas fichas em São Pedro e Santa Clara Clareou, dia lindo e temperatura super agradável.
O Jardim Botânico como parque é um show a parte, bem cuidado, limpo, com infra-estrutura completa, banheiros, fontes de água natural, restaurante, mesinhas cobertas para o PicNic e principalmente com poucas pessoas, sem cachorrinhos, sem bikes e sem atletas de final de semana.
Amigos, tai um lugar ideal para uma tarde gostosa com quem se quer bem, leve um vinho que ele combina sobremaneira com a natureza, é como se a uva do vinho voltasse a encontrar a mãe natureza.
Aqui segue uma amostra das fotos que fizemos lá.
domingo, 6 de novembro de 2011
Aventura de um Turista Paulistano em Sampa
Salve, salve amigos
Hoje, domingo gostoso, temperatura agradável, combinei com meu primo um passeio pela cidade de São Paulo, quase como dois turistas dentro de sua própria cidade.
Resolvemos pensar na cidade e em nossos bolsos, nos encontramos na estação de trem e fomos de metrô. O passeio começou pelo Bexiga e a feira de antiguidade da praça Dom Orione.
Confesso que senti falta das barraquinhas que ficam no entorno da feira principal... uma pena, pois essa feira não oficial acaba trazendo turistas para a feira principal. Nessa barracas não oficiais, invariavelmente fazemos negócios interessantes a preços mais módicos. A sensação foi de que a feira deu uma esvaziada.
Aí começou a bater a fome e decidimos descer até o centro de SP a pé e comer por lá... começou assim a nossa sina... uma cidade suja, abandonada, tomada por moradores de rua, nenhuma lanchonete aberta no centro velho, nem o pai de todos os trash food, o Mc Donalds, na rua São Bento estava aberto.
Passamos pelo Centro Cultural Banco Do Brasil e lá está uma instalação bem legal dos Irmãos Campana, amigos, vale a pena, está linda, apesar de não termos visitado a exposição, mas só na recepção vimos o que espera quem visitar. Podem ir que é satisfação garantida.
Não visitamos a exposição porque estávamos com fome mesmo... decidimos que após comermos iríamos voltar... mas como disse, lá perto não tinha nenhum lugar para comermos.
Sugeri um hambúrguer no Sujinho do centro, chegamos lá e descobrimos que de domingo a hamburgueria não funciona... uma nova idéia... "vamos ao Ponto Chic"... adivinhem?? Fechado.
Como é duro ser turista em São Paulo, tivemos que comer no Mc Donalds da Ipiranga e perdemos a exposição dos Irmãos Campana...
Do que adianta termos a virada cultural com aquela overdose de eventos e durante o ano o centro fica jogado as traças?? Será que essa verba aplicada na virada não poderia ser dividida durante todo o ano? Tenho certeza que daria para ter um grande espetaculo todos os finais de semana do ano.
Subir no prédio do antigo Banespa, não dá, só funciona em horário comercial... subir no Martinelli, não dá... só é possível durante a semana em dias uteis e em horários específicos...
Amigos, nossa cidade, para o turista, fica restrita a passeios no Parque do Ibirapuera, aos Shoppings, regiões especificas como Vila Madalena, Paulista. Nosso centro histórico fica restrito ao Centro Cultural Banco do Brasil, mas para lá chegar você enfrentará um show de horror, com pessoas estranhas e muito, mas muito mesmo cheiro de xixi...
Abraço a todos e espero encontrá-los em algum programa mais cult, nem que seja em um shopping.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Gota D'agua - Breviário
"Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..."
Ontem, 09 de agosto, fui assistir à reestréia da peça teatral “Gota D’Água – Breviário ”, me deleitei com um belo espetáculo com 2h40 de duração, excelentes atores com um roteiro extraordinário.
A peça mescla mitologia Grega com a dura realidade social brasileira, destaco o inicio ao som dos atabaques, exaltando o sincretismo religioso, muito bom!
Não poderia deixar de destacar o trabalho dos protagonistas que personificaram Jasão (André Capuano) e Medéia/Joana (Georgette Fadel)
Georgette recebeu em 2007, o premio de melhor atriz do premio Shell e pelo que vi, foi mais que merecido, impecável, sua interpretação e as nuances de sua voz são quase mitológicas.
O grupo de nove atores, mostrou um entrosamento e uma química muito boa. Sem sombra de dúvida um espetáculo que tem tudo para ser um dos maiores sucessos da temporada 2011 do teatro paulistano.
Viver em São Paulo pode ser uma loucura, porém o fato de nos permitir ter acesso as mais variadas formas de expressão cultural, todos os dias da semana não tem preço.
Amigos queridos recomendo a todos uma ida ao Teatro Coletivo para prestigiar essa trupe talentosa que estará lá todas as terças-feiras até dia 27/09.
Abraço a todos
R. da Consolação, 1.623 - Consolação - Centro. Telefone: 3255-5922.
terça: 20h Até 27/9.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Livraria da Imprensa Oficial
Olá Amigos,
Muitas vezes temos um olhar preconceituoso com tudo que é oficial e do governo. Eu, em varias fases de minha vida fui preconceituoso em relação a um jornal, o Estado de São Paulo.
Nos anos 80 eu era assinante da Folha de São Paulo e tinha o discurso pronto de que o Estadão era um jornal de direita e, em plena época de greves e diretas já, era inadmissível ser leitor de um veiculo tão “ligado” à direita.
Em certo momento recebi uma cortesia de 30 dias do Estadão e aí pude conhecer o jornal e percebi que na verdade ele estava mais para um jornal de centro e as matérias jornalísticas eram infinitamente melhores que as da Folha, fora o caderno de esportes que eu gosto de ler ser muito, mas muito mais completo que o da Folha.
Após vencer esse preconceito me tornei um assinante do Estadão por muitos anos, até que descobri que, para mim, o essencial eram as edições de sexta-feira e segunda-feira. E passei a comprá-lo em banca.
Tudo isso para mostrar o quanto uma visão preconceituosa pode nos afastar de coisas e lugares legais, como é o caso da Livraria da Imprensa Oficial, lá você pode encontrar livros muito interessantes, vou listar alguns:
- Boris Kossoy: fotógrafo
- Os melhoramentos de São Paulo – Prestes Maia
- Viva Pagú – Fotobiografia
- Clarice Lispector – Fotobiografia
- Palco Paulistano – Vania Toledo
- Teatro do Ornitorrinco
- Coleção Aplauso (Essa é uma série que retratam vários atores e sua carreira)
- Roteiros de Cinema (Coleção de Bolso com vários roteiros de filmes nacionais)
Existe uma infinidade de títulos, vale à pena garimpar e encontrar qual é mais a sua cara.
Eu costumo visitar a loja da XV de Novembro, 318 – porém você pode visitar outros endereços no site oficial: http://livraria.imprensaoficial.com.br/index.asp
Dica para fechar com chave de ouro, no mês de aniversário dos clientes os mesmos tem um descontão de 50%, vale a pena identificar entre seus amigos quem faz aniversário no mês e convidá-lo para um café e aproveitar e visitar uma loja
Grande Abraço e bom passeio
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Centro Cultural São Paulo
Ontem, 31/07, fiz um passeio que há muitos anos eu não fazia, fui ao Centro Cultural São Paulo à tarde. Vale lembrar que para minha geração (80’s) O CCSP foi uma grande referencia para estudos e shows alternativos.
Íamos lá à tarde, estudávamos para o vestibular e depois aproveitávamos o show, era muito bom, dividi com meus amigos momentos inesquecíveis naquele espaço. Lembro de locais que lá não mais existem, tinha uma casa de pão de queijo, o Tinho, que era uma delicia e também a saudosa livraria Arte Pau Brasil e seus indefectíveis postais criativos.
Naquela época o espaço ainda estava em construção, ou seja estava semi-acabado. Apesar de ter visitado o CCSP outras vezes, a última foi para assistir a um espetáculo de meu primo André Capuano, mas foi a noite e já na fila, sem aquele tempo livre para caminhar pelo espaço sem se preocupar com o tempo.
E foi exatamente isso que fiz, fui lá e passeei por áreas, até então inéditas para mim. Havia uma escada que antigamente não levava a lugar nenhum e hoje nos leva a um lindo gramado onde as pessoas ficam lendo, tocando violão ou simplesmente “lagarteiam” ao sol. Lá é possível ter uma visão única da cidade com seus prédios e avenidas, adorei!
Internamente o espaço esta meio largado, tinha algumas exposições que não me agradaram, não, a não ser uma de Diorama, que achei interessante. Tem um vidro que está todo pintado por crianças, mas passa longe de um pintura agradável, parece mais uma pichação de crianças sem a menor noção de arte, simplesmente horrível.
Tinha um espaço enorme sem nada, simplesmente vazio... tanta gente precisando de um espaço para se expressar culturalmente e um espaço daquele as moscas... Triste mesmo.
Mas valeu a pena rever um lugar tão importante em minha formação cultural
Abraço e até a próxima!